Projeto une arte e leitura na unidade de internação provisória da Fase
Iniciativa articulou parceria com o programa de Pós-Graduação em Pscicanálise da UFRGS
Publicação:

A unidade de internação provisória da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) iniciou, neste ano, uma nova etapa em suas ações culturais com o projeto “Leitura e Escrevivência”. A iniciativa é inspirada no conceito da escritora Conceição Evaristo, que propõe manifestações ancoradas nas vivências coletivas. O projeto oferece aos socioeducandos um espaço de expressão artística e literária, promovendo reflexão, diálogo e ressignificação de experiências.
A proposta amplia as atividades de incentivo à leitura desenvolvidas pelo Centro de Internação Provisória Carlos Santos (CIPCS), em Porto Alegre. Nesta nova fase, o projeto articulou parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), resultando na criação de marcadores de página artesanais confeccionados pelos adolescentes e jovens adultos que aguardam a definição da medida socioeducativa por parte da Justiça.
Os materiais foram entregues aos palestrantes da “II Jornada de Investigação, Discurso e Psicanálise – O que ler quer dizer?”, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da universidade. O evento foi realizado no final de abril.
“O projeto reafirma o compromisso da Fase com a construção de vínculos, o respeito à subjetividade e o estímulo à criatividade dos jovens”, refletiu a diretora da unidade, Marenilda de Bortoli. Ela participou da mesa de abertura da atividade, que também contou com a presença da psicóloga Fernanda Almeida e da socioeducadora Karina Vogel, ambas integrantes da equipe do CIPCS.
Saiba mais
Os impactos positivos da primeira edição do “Leituras e Escrevivência”, que despertaram grande interesse entre os socioeducandos, motivaram a gestão a incluí-lo no calendário pedagógico da unidade. A segunda etapa do projeto já está em andamento e propõe rodas de conversa sobre a função materna, em alusão ao Dia das Mães, tema que também será explorado por meio de expressões artísticas.
"O objetivo é oferecer um espaço de diálogo com os adolescentes sobre o papel da figura materna na vida dos jovens, além de desconstruir o imaginário social que idealiza um modelo ideal de mãe”, explicou a psicóloga Fernanda. Ela destaca, ainda, que os encontros ocorrem duas vezes por semana e envolvem a participação de 40 socioeducandos.