Preparar os jovens para o mercado de trabalho é uma das principais diretrizes de atuação da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase). Em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, socioeducandos atendidos pelas unidades de internação e de semiliberdade foram contemplados com curso de Frentista Abastecedor. Os benefícios da formação estão aparecendo em tempo recorde, uma vez que dois adolescentes já conquistaram o primeiro emprego. 

O curso de treinamento foi contratado pelo Centro de Atendimento Socioeducativo Regional de Uruguaiana (Case), com supervisão do Núcleo de Profissionalização e Trabalho Educativo da Fase (NPTE). Com 24 horas totais, a formação também habilitou os socioeducandos na área de Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis.

Realizado no final do mês de março, o curso garantiu aos cinco socioeducandos certificado expedido pelo Ministério do Trabalho (MTB). “A contratação do curso partiu do desejo de um dos adolescentes. No decorrer dos meses, outros jovens também manifestaram interesse pela área de atuação”, destacou a pedagoga Vanessa Porto, que atua nas unidades de internação e de semiliberdade da Fase na Fronteira Oeste. A formação contemplou quatro jovens do Case e um do Centro de Atendimento em Semiliberdade (CAS).

A oferta de cursos conforme a área de interesse dos socioeducandos, é um dos destaques da gestão da Fase em 2024. A iniciativa inclusive garantiu o primeiro emprego de carteira assinada para dois adolescentes atendidos pela Fase, um de cada unidade socioeducativa.

“Estou muito feliz. É o começo de uma nova vida, de uma nova rotina. É uma grande oportunidade para conquistar minhas coisas e ser um novo homem”, comemorou um dos jovens. Aos 19 anos, a previsão é que ele inicie a rotina profissional na segunda quinzena do mês de abril. “Pretendo aprender muito e fazer novos cursos. Minha ideia é seguir na mesma área”, finalizou o jovem que é atendido pela Fase desde 2022, tendo progredido para a semiliberdade em fevereiro deste ano.

Unidade de internação

“A socioeducação busca justamente otimizar o tempo do adolescente na unidade. Realizamos diversas atividades de escolaridade, espiritualidade e profissionalização”, pontou o diretor do Case, Sérgio Garcia.

O gestor lembra, ainda, que o curso contou com a presença de um jovem que cumpre medida de Internação Sem Possibilidade de Atividade Externa (ISPAE). “O jovem conseguiu participar com autorização do Juizado da Infância e da Juventude (JIJ)”, completou.

Conforme a Coordenação Pedagógica da Fase, outras unidades do Estado também estão efetuando a contratação de cursos destinados aos jovens que cumprem medida de Internação com Possibilidade de Internação Externa (ICPAE). Entre os exemplos recentes estão o Case Caxias do Sul e o Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino (Casef), em Porto Alegre.