Casef: protagonismo na socioeducação
Prestes a completar seis décadas, unidade feminina destaca-se com ações que estimulam o autoconhecimento e a reflexão
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No ano em que completa 60 anos, o Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino (Casef) da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) destaca-se pelo papel fundamental que realiza na socioeducação, com diversas ações de protagonismo, inovação e criatividade.
Neste 8 de março, não seria possível destacar o Dia Internacional da Mulher sem falar do trabalho realizado pela única unidade feminina da Fundação no Estado. Com profissionais formados em diferentes áreas, o Casef tem hoje 74 servidores, sendo 62 mulheres. É muito atuante com atividades culturais, de lazer e de desenvolvimento do protagonismo com as jovens. Atualmente, desenvolve oito oficinas e duas atividades de trabalho educativo. As oficinas trazem experiências com xadrez, dança, artesanato, horta, lavanderia, amigurumi, entre outros.
Para equipe diretiva do Centro, a unidade evidencia-se pelo vínculo com as adolescentes que cumprem medida socioeducativa. “Costumamos ter um retorno grande após o desligamento, após saírem daqui elas fazem questão de procurar e mostrar como estão indo, e se estão enfrentando dificuldades, também buscam contato. É gratificante, é o resultado do nosso trabalho. E isso ocorre naturalmente. As jovens sentem mais o fato de estarem privadas de liberdade e aproveitam bastante todas as oportunidades que são oferecidas”, relatam as assistentes de direção, Nádia Rodrigues e Liara Leal.
Agente socioeducadora há 20 anos, Patricia Dornelles já atuou em uma unidade masculina, mas desde 2004 está no Casef. Conta com orgulho e emoção a rotina de dedicação e trabalho que envolve a equipe. “A questão da responsabilização é muito presente aqui, essa reflexão sobre o ato infracional, e a gente busca trabalhar o papel da menina nas relações que a levaram até o ato infracional. Ao longo dos anos muita coisa mudou, inclusive nós, como profissionais. Por exemplo, recentemente no Bibliotecando fizemos uma dinâmica sobre Violência Doméstica, onde participaram socioeducandas e funcionários, e criamos esquetes de situações que não parecem violência doméstica ou de relações abusivas, mas que na verdade, são. Tudo seguido de debate. Falamos de racismo, de diferentes temas. Agora aproveitando o período de Carnaval, aproveitamos o samba-enredo da escola de samba Imperatriz Dona Leopoldina “Me respeita”, apresentamos a elas a letra e fizemos um debate sobre o tema”.
Autoconhecimento
Estimular o autoconhecimento, a reflexão, novas habilidades, a força e o empoderamento feminino são ações presentes nas atividades realizadas no Centro. Recentemente, com o Sarau Cultural, o projeto Meu Querer, Outubro Rosa, rodas de conversa, Mandala Lunar, programações exclusivas para o período de recesso escolar com música, dança, teatro, conscientização ambiental com o Projeto Horta, entre outros, demonstram essas características. “Uma questão é a rotina institucional, que é muito importante, porque é uma forma de organização. Você começa a se organizar internamente quando também se organiza externamente. Passada essa fase inicial, de nova rotina, vai se buscar os interesses, as aptidões e isso é muito legal. É a riqueza do nosso trabalho”, descreve Patricia, que nessa reportagem especial, representa as demais servidoras da unidade.
Confira na galeria de fotos alguns dos projetos organizados pelo Casef.